30 de julho de 2018

Clima no AP é ideal para uso de energia solar o ano todo, diz meteorologista

Prédio do Tribunal Regional do Trabalho adotou abastecimento de 100% de energia através de energia solar e pode gerar economia de R$ 30 mil por mês.

As condições climáticas no Amapá são favoráveis para a captação e utilização de energia solar durante todos os meses do ano, segundo o meteorologista Jefferson Vilhena, do Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis (NHMET), do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa).

“Amapá é privilegiado porque temos um saldo de radiação muito grande durante todos os meses do ano, mesmo nos períodos chuvosos. É cerca de 12 horas de luz solar por dia”, diz meteorologista.

Ainda de acordo com o especialista, o estado tem vantagem também para o recurso eólico, que é a transformação da energia do vento em energia elétrica. O benefício seria causado pela localização geográfica, próximo à linha imaginária do Equador, que proporciona um clima tropical.

O prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região, localizado na Zona Norte de Macapá, adotou o sistema de energia solar em 2016, de forma parcial, e em 17 de julho, iniciou o processo de 100% de abastecimento via placas solares.

Recurso gera energia limpa e economia nas contas de luz (Foto: Divulgação)

Recurso gera energia limpa e economia nas contas de luz (Foto: Divulgação)

Mais de 560 placas solares foram implantadas na primeira fase do projeto no TRT. Naquele período, a utilização fornecia 25% da energia usada no prédio. Já na segunda etapa, cerca de 760 placas tiveram que ser colocadas para que o prédio funcionasse todo através desse recurso.

O chefe de divisão de engenharia do TRT da 8ª Região, Carlos Roberto Araújo, explica que a utilização gera, além de energia limpa, uma segurança na estabilidade do fornecimento e também economia de até R$ 30 mil por mês.

“Quem mora em Macapá sabe que a energia da concessionária varia muito e não é de alta qualidade. Com o sistema, a gente consegue estabilidade e isso gera economia sobre nossos aparelhos, como menos troca de lâmpadas, redução em queima de aparelhos, entre outros benefício”, disse Araújo.

Saul Andrade é diretor comercial de uma empresa de venda e instalação de placas solares no Amapá há 5 meses. Ele destaca que no Brasil são ofertadas duas categorias de fornecimento de energia solar, uma delas tem autonomia da rede pública, destinada a áreas rurais ou distantes, e a outra não, sendo voltada para a região urbana:

  • Na região urbana, a instalação, seja em empresa ou residência, pede que o consumidor pague a taxa mínima para a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), que varia entre R$ 72 e R$ 21, dependendo da rede de energia. O orçamento é conforme a porcentagem de diminuição da conta solicitada pelo cliente;
  • Já a placa para regiões interioranas, o equipamento funciona com baterias.

Andrade relata que, para as áreas rurais, o sistema tem como vantagem diminuir o uso do óleo diesel e a ser solução do problema de constantes faltas de energia, como acontece no arquipélago do Bailique, distrito da capital.

“A procura tem sido grande. Já temos cerca de 80 orçamentos em andamento entre empresas ou residências. O que temos tido é dificuldade com as linhas de financiamento bancário para pessoas físicas adquirirem o sistema”, finalizou o diretor comercial.

Fonte: G1



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