26 de outubro de 2018

Cooperativas miram a geração de Energia Solar com usinas fotovoltaicas

A energia solar fotovoltaica é limpa, renovável e pode reduzir custos dos negócios. Essas vantagens serão abordadas hoje, na Capital, em apresentação que busca impulsionar o uso dessa energia por cooperativas mineiras.

A iniciativa é do Sistema Ocemg, formado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais (Sescoop-MG). Aliás,  é o mesmo local que sediará o evento.

“Esse é um assunto que vem sendo tratado amplamente pela sociedade. Estamos incentivando as cooperativas a atuarem também com esse propósito”, disse ontem o presidente do sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.

Ademais, o especialista em energia e mudanças climáticas, José Zloccowick falará a dirigentes de cooperativas, hoje, em Belo Horizonte.

“Investindo nessas usinas, o empresário investirá em energia limpa, renovável e se protegerá de futuros aumentos da conta de energia. Assim, os impactos dos gastos de energia na produção serão menores”, resume.

Ele explica que um dos modelos para a implantação de usinas fotovoltaicas prevê a reunião de empresários interessados em reduzir os custos com a energia. Dessa forma, algumas empresas – mesmo de ramos diferentes – estão se unindo em consórcio ou cooperativas para criar uma usina fotovoltaica e gerar energia.

Conquanto, essa usina pode ser construída até mesmo em região distinta à das empresas. Mas a estrutura precisa estar na mesma área de distribuição da concessionária.

Em Minas, nesse caso, é a Cemig. “Nessa configuração, há ainda a vantagem do compartilhamento das despesas”, ressalta. Segundo ele, no País já há pelo menos sete grupos atuando dessa forma.

Atualização de estatuto

O outro modelo se refere a cooperativas já existentes e que estão mudando seus estatutos para passarem a gerar energia e distribuir entre seus cooperados.

José Zloccowick explica que, desde 2012, a regulação brasileira permite que qualquer pessoa tenha um sistema de geração de energia a partir de fontes renováveis. Os créditos são abatidos na conta.

Caso haja excedente não consumido imediatamente, não pode haver a venda, mas pode ser revertido em créditos para uso futuro, no prazo de cinco anos. Para os negócios, a configuração é a mesma.

Segundo ele, após a construção da usina, o prazo médio para o retorno do investimento é de cinco anos, levando-se em conta a economia com a conta de energia.

Como exemplo, ele cita o caso hipotético de uma empresa que demande 2.400 kW/h por mês. Nesse caso, o gasto anual com energia é de R$ 12 mil.

Investindo cerca de R$ 80 mil, o empresário terá uma usina capaz de atender à sua demanda. Assim, no prazo aproximado de sete anos ele terá o retorno.

Usinas fotovoltaicas no Brasil

Ainda segundo o especialista, a implantação das usinas fotovoltaicas vem ficando mais acessível. Nos últimos cinco anos, segundo ele, o preço da energia no País aumentou 80%, no setor industrial e residencial. Por outro lado, o preço da tecnologia usada nas usinas fotovoltaicas teve queda de 30%.

– Citada constantemente como um dos entraves para os negócios do País, a questão tributária também é um problema no setor. No caso de a produção de energia por fonte renovável ser para consumo privado, há isenção de PIS, Cofins e ICMS.

Mas consórcios e cooperativas não contam com tais isenções. Então, no momento de desenvolver o projeto, o empresário tem que se atentar a essa questão e atestar a viabilidade do negócio.

Segundo o especialista, a energia gerada pelas micro e miniusinas no País aumentou 20 vezes entre 2015 e 2018, passando de 13,8 MW instalados para 184,5 MW instalados.

Levando-se em conta também a geração das grandes usinas, o total no País chega a 1.300 MW. Como comparação, José Zloccowick cita que, nos Estados Unidos, esse valor é 50 mil MW e, na Alemanha, de 40 mil MW.

 

As informações são do Ambiente Energia.

 



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