2 de julho de 2018

Energia Solar no campo cresce com usinas flutuantes

Energia Solar no campo:

O uso de energia solar fotovoltaica no Brasil vem crescendo e batendo recorde ano após ano. Surpreendentemente o meio rural já atinge quase 16 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica.

Só em 2017 o uso da energia solar no campo já havia crescido em nove vezes com relação ao ano passado, e só neste ano já dobrou este número.

“Os agricultores descobriram a energia solar fotovoltaica. Aliás, são eles os responsáveis por levar o alimento do campo para as áreas urbanas, e passam, agora, a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente”, disse à Agência Brasil o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.

Tem projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação em Minas Gerais, quando começa o dia, o pivô é ligado e quando some o sol ele deixa de irrigar a plantação.

Semelhantemente tem indústria de sorvete no Ceará. O período que vende mais sorvete é no verão, assim também pode gerar energia para garantir melhor custo-benefício nesta estação do ano quando gastam mais para refrigerar o sorvete e do mesmo modo economizar o ano todo.

Além do custo mais baixo, outra vantagem apontada por Rodrigo Sauaia para o uso desta tecnologia no campo é a de ela ser mais limpa. “Muitos desses produtores rurais, às vezes para levar irrigação para uma área produtiva distante da rede elétrica, tinham que levar um gerador a diesel barulhento e poluente no meio da plantação para gerar e poder irrigar.

Era péssimo para o meio ambiente, caro para o produtor, mas ele precisava fazer isso. Agora, pode fazer isso com o sol, com um sistema móvel e com energia limpa e sem combustível, sem dor de cabeça para o produtor”, observou.

Usinas Flutuantes:

A utilização da área de açude amplia a conservação da região e dá melhor destinação a terras que estejam impactadas.  Em suma, o uso das placas flutuantes permite ainda ao produtor aproveitar mais a propriedade e manter o solo para as plantações.

“Ele não está tirando parte agricultável para botar uma usina. A flutuante libera a área usada para a solar, para continuar fazendo desenvolvimento econômico da atividade do agronegócio e, por outro lado, reduz a evaporação que é um ativo, hoje, importante.

Como está faltando muita água, principalmente, em algumas regiões como a do Rio São Francisco, se consegue ter algo em torno de 20% a mais de água por ano.

Deixa de tirar água dos rios, ou tem melhor produtividade na irrigação dele fazendo reduzir a evaporação. É econômico, ambiental e ao mesmo tempo em maior volume de água nos açudes”, apontou.

Orestes Gonçalves Júnior destacou ainda que o produtor tem mais uma forma de lucrar com a solar flutuante em açude, que pode ser usado por mais de um produtor da região. Mais uma alternativa para o produtor é usar os açudes para desenvolver projetos de piscicultura.

Redução de Custos:

Na visão do presidente da Absolar, a redução de custos para a instalação de um sistema de energia fotovoltaica tem sido um atrativo para o aumento de consumidores neste tipo de fonte. “Em dois anos, a tecnologia barateou em 25%.

Nos últimos dez anos, a energia solar fotovoltaica ficou entre 60 a 80% mais barata, com isso hoje em dia já é possível na maior parte do Brasil gerar e produzir a sua própria energia através do sol do seu telhado e no solo do que comprar a energia da rede, por exemplo.

Não por acaso, o que mais leva as pessoas a investirem em energia solar fotovoltaica não é só pelo meio ambiente, mas pela economia no bolso que a tecnologia traz”.

 



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