28 de maio de 2018

Energia verde superaria carros como motor de consumo de cobre

Diante da previsão de que as vendas de veículos elétricos vão disparar, seria possível supor que a indústria automotiva vai ser o maior motor de crescimento da demanda por cobre na próxima década. Mas não é bem assim.

É o que dizem analistas do BMO Capital Markets, que afirmam que a demanda adicional do setor de energia renovável será quase três vezes superior ao crescimento observado na indústria automotiva. O forte aumento do uso de painéis solares e turbinas eólicas ajudará a elevar os preços e a desencadear uma caçada global por novas fontes de oferta em um momento em que o mercado entrará em déficit, afirmaram analistas do banco em nota enviada por e-mail.

As instalações solares e eólicas aumentarão o uso anual de cobre em 4,35 milhões de toneladas até 2025, segundo o BMO. O total equivale a cerca de 15 por cento do consumo global atual e se compara com o salto de 1,5 milhão de toneladas na demanda esperada do setor automotivo com o aumento do ritmo de vendas de veículos elétricos.

“Os veículos elétricos serão grandes motores de demanda para commodities como cobalto e níquel, mas na verdade, no caso do cobre, é do setor de energia renovável que virá a maior parte do crescimento”, disse Colin Hamilton, diretor administrativo de pesquisa sobre commodities do BMO, por telefone, de Londres.

Não será fácil encontrar cobre para alimentar o boom das energias renováveis. A programação de projetos em andamento e altamente prováveis está no menor nível deste século, e serão necessários preços mais altos para estimular as mineradoras a buscar novos depósitos, segundo o BMO.

O banco elevou em 7 por cento a projeção de preço para longo prazo, para US$ 7.165 por tonelada, e prevê que o cobre será negociado acima desse nível nos próximos dois anos porque o mercado passará a registrar déficit de oferta. A tonelada do cobre era negociada a US$ 6.879 na Bolsa de Metais de Londres nesta quinta-feira.

“A mudança dos preços das commodities a longo prazo deveria ser um acontecimento raro e só deveria ocorrer onde houver uma mudança notável na perspectiva futura”, disseram os analistas do BMO. “Em nossa visão, esse evento é a mudança que esperamos nas expectativas de demanda impulsionadas pelas energias renováveis e pelos veículos elétricos.”

 

Fonte: UOL



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