7 de fevereiro de 2019

Estudo aponta que uso de energia alternativa vai impactar negócio de concessionárias em menos de cinco anos

Estudo feito pela Accenture revela preocupação dos tomadores de decisão do setor elétrico quanto ao comportamento dos consumidores de energia. Conforme pesquisa da Digitally Enabled Grid, 95% dos executivos concordam que, ao longo dos próximos dois anos, os consumidores de energia elétrica irão optar cada vez mais pelo abastecimento off-grid – energia solar e outras alternativas. Assim, utilizando a rede apenas em situações de emergência.

A implantação de tecnologias de Geração Distribuída (GD), como placas solares em regiões de grande demanda, está crescendo. Aliás, em ritmo superior à capacidade de construção de novas redes pelas concessionárias. Conforme 95% dos 150 executivos entrevistados em 25 países, incluindo o Brasil.

Além disso, quase metade (48%) dos entrevistados afirma que parte de suas redes de abastecimento chegará à capacidade máxima em até três anos. Ao passo que, apenas 1% acredita que isso levará mais de cinco anos.

A proporção de consumidores residenciais e comerciais usando energia solar fotovoltaica nos mercados analisados pode ultrapassar a marca de 15% até 2036 em algumas regiões, como a Califórnia. Logo, a tendência provavelmente continuará a afetar o crescimento da demanda líquida de eletricidade no futuro próximo.

O estudo também observa que o aumento da implantação de GD irá dificultar as operações das concessionárias. Portanto, deve exigir que as empresas do setor tomem medidas agora para evitar os gastos excessivos de reforço da rede.

Integração da Geração de Energia Distribuída

De acordo com a modelagem da Accenture, alguns mercados poderiam gerar uma economia de custos significativa para reforço de capital.  A saber, por meio de uma melhor identificação das restrições locais na rede de distribuição. Aumentando 10% a precisão das previsões da GD resultou em uma economia projetada de 15% a 28% em Nova York. Além disso, gerou uma economia de 14% a 18% na Califórnia, 14% a 15% na Austrália e 11% a 12% no Reino Unido e na Holanda.

A integração da GD aparece como a segunda área de maior prioridade entre diferentes oportunidades de economia de custos.  Posto que, foi citada por 59% dos entrevistados como uma de suas cinco principais opções. A prioridade absoluta, segundo 61% dos entrevistados, é reduzir os custos unitários da cadeia de suprimentos. Tudo isso, através de previsões aprimoradas de materiais e solicitações de serviço.

A GD, ao mesmo tempo que representa um desafio para as empresas de distribuição, traz diversas oportunidades. Entre os entrevistados, 95% afirmam que a prestação de serviços de GD e de armazenamento será uma das principais áreas de crescimento de lucros para as empresas de distribuição depois de 2025.

Mais da metade dos entrevistados em todo o mundo também identificou os seguintes ativos como uma oportunidade para seus negócios: GD em grande escala; armazenamento conectado à rede; “prosumidores” (produtor + consumidor) de GD em pequena escala; e armazenamento comunitário.

A pesquisa também prevê um crescimento potencial da demanda por eletricidade de até 31% entre 2026 e 2036. Mesmo que, após um período de estagnação. O estudo e a modelagem atribuem, em parte, o crescimento ao impacto significativo dos veículos elétricos (VEs) e da eletrificação do aquecimento de edifícios no aumento da demanda. Previsto para ocorrer por volta de 2025.

Tendência Mundial

Outro dado é o aumento lento da porcentagem de veículos elétricos plug-in em relação ao número total de veículos. Sendo de 1% em 2019 para 3% até 2025, podendo chegar a 37% até 2040, liderada por ônibus municipais, scooters e pequenos veículos comerciais.

Essa tendência pode resultar em uma demanda significativa por eletricidade. De fato, embora se espere que o consumo de eletricidade dos VEs represente pouco mais de 1% da hora anual de pico de demanda até 2025, esse número deve aumentar até quase quatro vezes nos mercados analisados em 2040, chegando a 4%. Em alguns mercados, como França e Califórnia, as previsões para 2040 são até mais otimistas, chegando a 10% e 8%, respectivamente.

A descarbonização dos edifícios também deve aumentar a demanda por eletricidade em longo prazo, com 96% dos executivos de concessionárias concordando que esse processo reduzirá significativamente a demanda residencial e comercial por gás natural até 2040.

Apenas os efeitos combinados da eletrificação de transporte e de aquecimento poderiam elevar significativamente a demanda de pico, com os dados da Accenture sugerindo que o consumo médio de eletricidade no horário de pico poderia aumentar aproximadamente 63% em relação a 2016 em 2040.

 

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