17 de outubro de 2019

Geração solar cresce mais de 200% nos últimos 12 meses no Ceará

A geração solar fotovoltaica bateu recorde histórico no Ceará. Afinal, atingiu a produção de 56 megawatts (MW) médios, o equivalente a cerca de 2,5% da energia gerada no Estado. Em julho, as usinas solares cearenses já haviam superado, pela primeira vez, a marca de 50 MW médios. Portanto, gerando 53 MW – patamar mantido desde então. Além disso, nos últimos 12 meses, o volume de energia solar gerado no Ceará cresceu mais de 200%. Conforme dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), que mede as usinas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Hoje, nós temos duas grandes usinas, em Aquiraz, com 81 MW, e em Quixeré com 132 MW, mas nos próximos leilões, a gente vai acelerar essa expansão. A perspectiva é boa”, diz João Mamede Filho, professor e consultor em energia. O avanço da matriz solar fotovoltaica se reflete no interesse do setor privado para o próximo leilão de energia, previsto para o dia 18 de outubro.

Para o certame, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 825 projetos de geração solar para entrega em seis anos. Ao todo, esses projetos representam uma potência somada de 29,7 MW, o equivalente a 30% do total que será ofertado no leilão. Para o Ceará, foram cadastrados 85 projetos, com 3,19 gigawatts (GW). Para o Nordeste, foram habilitados 741 projetos, com 26,55 GW.

Responsável por 10% da matriz solar fotovoltaica instalada no País, o Ceará tem o terceiro maior potencial do Nordeste, atrás da Bahia e do Piauí. As usinas no Estado contam, hoje, com 218 MW de potência instalada, mas até 2023 o potencial deverá ser quadruplicado. Considerando os leilões já realizados, serão adicionados mais 757 MW, totalizando 975 MW de potência instalada.

Nordeste

Os avanços na geração solar observados no Ceará refletem o bom desempenho do setor no Nordeste. Conforme mapeamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), as usinas fotovoltaicas da Região registraram o maior pico de produção no dia 25 de setembro, às 11h57min. Desse modo, gerando energia suficiente para suprir 10,3% de toda a demanda elétrica do Nordeste, com 1,13 GW. No Ceará, o pico histórico foi registrado no dia 9 de agosto (66,9 MW médio), e o segundo maior foi no último dia 5 de outubro (66,7 MW).

Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, o resultado veio pelo alto índice de irradiação solar do Nordeste, que representa um diferencial competitivo na atração de novos projetos de pequeno, médio e grande portes. “As usinas solares fotovoltaicas do Brasil têm um fator de capacidade 54% maior do que a média mundial”, diz. O Nordeste é responsável por 64% da capacidade instalada no País.

Brasil

Atualmente, o Brasil conta com 2,2 GW de potência instalada nas usinas solares de grande porte. Ou seja, o equivalente a 1,3% da matriz elétrica do País. Os empreendimentos, distribuídos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, ultrapassaram, neste ano, a geração nuclear proveniente das usinas de Angra I e Angra II, no Rio de Janeiro, responsáveis por 1,1% da matriz brasileira. Em setembro, a matriz solar foi a que apresentou o maior avanço, com 61,9% de crescimento. Enquanto isso, a eólica cresceu 9,8% e a hidráulica, 5,2%, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

“Certamente, a fonte solar é, hoje, uma das principais soluções para a redução do preço da energia elétrica e para o crescimento econômico em território nacional”, diz Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, sobre a maior competitividade da energia solar.

Assim, os projetos de energia solar previstos para o próximo leilão somam uma potência de 24,7 GW. Ou seja, o equivalente a 35% do total que será ofertado no certame. A Absolar estima que até 2023 os investimentos privados em grandes usinas solares fotovoltaicas no Brasil deverão ultrapassar a marca de R$ 23,2 bilhões.

 

Conforme informações do Diário do Nordeste.

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