9 de setembro de 2019

Pesquisadores produzem querosene com Energia Solar

Em uma iniciativa pioneira, na zona industrial de Móstoles, perto de Madri, na Espanha, fica o primeiro reator do mundo a produzir querosene usando energia solar. O projeto chamado Sun-to-liquid é uma iniciativa de pesquisadores da Espanha, Alemanha, Suíça, Holanda e Eslovênia, com financiamento de recursos da União Europeia. Seu objetivo é produzir combustível sem emissões de CO2, usando menos espaço e recursos que, por exemplo, o bioquerosene.

O querosene é um combustível usado em aviões e é particularmente poluente. Já existem diversos projetos que buscam um caminho para a produção de querosene sintético, ou seja, sem petróleo.

Durante o voo, as variantes de querosene produzidas sinteticamente não geram, porém, menos poluentes do que o combustível originário do petróleo. A diferença está no processo de produção.

O engenheiro químico Manuel Romero, diretor da usina, explica que, para a produção de bioquerosene, “florestas são desmatadas para a plantação da matéria-prima. Além disso, há a explosão no preço dos alimentos devido à grande demanda por certas plantas”.

Para o processo Sun-to-liquid, são necessários apenas luz solar, água e dióxido de carbono (CO2). Se o CO2 utilizado for extraído previamente do ar, os poluentes produzidos pela queima do combustível podem posteriormente ser compensados. Assim, o combustível torna-se neutro em carbono.

As modernas tecnologias à disposição atualmente ainda não permitem movimentar aviões e navios usando energia elétrica. Afinal, eles são muito pesados. As baterias necessárias seriam enormes e pesadas. Por isso, ainda não há como abandonar combustíveis como o querosene. Diante desse cenário, o querosene neutro em carbono se tornou interessante até mesmo para pesquisadores do Japão e da Croácia, que visitaram a inovadora usina na Espanha.

 

Como funciona

Mais de 160 espelhos direcionam a luz do sol ao reator, que foi construído numa torre de 20 metros de altura. A câmara do reator é aquecida a cerca de 1500 °C – uma temperatura sem precedentes. Com um catalisador, é produzido então um gás sintético a partir de água e do CO2 extraído do ar.

Especialistas da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês) estimam que a demanda de querosene até o ano de 2050 aumente seis vezes. Assim, chegando a 860 milhões de toneladas por ano. Ao mesmo tempo, cresce a pressão política no comportamento de consumo geral como medida para tentar conter o aquecimento global.

As consequências das mudanças climáticas são sentidas também na zona industrial de Móstoles. Em toda a região de Madri, o solo seco e queimado chama a atenção. Sobre ele, estão os 160 helióstatos. Instrumentos dotados de um espelho plano que giram em torno de um eixo, permitindo a projeção dos raios solares sobre um ponto fixo.

“Nunca vivenciei um ano tão seco como este”, conta Romero. Romero trabalhará no projeto até o final de 2019. Juntamente com um jovem engenheiro do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH). A técnica inovadora de produção de querosene atraves do sol é o tema do doutorado de Stefan Zoller, de 28 anos.

 

Conforme informações da Clima Tempo.

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